Infelizmente o deus dos nossos tempos é o dinheiro.Quão numerosos são os que se prostram diante dele e lhe oferecem adoração em todo tempo e lugar!
O resultado é que,correndo atrás deste ídolo,esquecem o verdadeiro Deus,e por consequência,precipitam-se num abismo de desgraças, e perdem toda a felicidade,enquanto que,na afirmação do profeta e rei, aqueles que buscam a Deus antes de tudo, não caem em nenhum verdadeiro mal e tem acréscimo de todos os bens, (Sl 33,11). Esta palavra se verificaainda mais naqueles que,antes de se entregarem a seu trabalho ou a seus negócios, têm o cuidado de assistir ativa e atentamente à Santa Missa!
É o que prova a história dos três negociantes de Gúbio. Dirigiram- se a uma feira que se realizava num burgo chamado Cisterno. Depois de vender suas mercadorias,dois deles começaram a pensar na volta e resolveram partir no dia seguinte de madrugada, a fim de estarem em casa ao cair da tarde. O terceiro discordou desta resolução e declarou que, sendo o dia seguinte um domingo, não se punha a caminho sem antes ter assistido à Santa Missa.E exortou os outros, se queriam voltar como tinham vindo,teriam que primeiro assistir à Santa Missa;em seguida,fariam uma refeição e partiriam abençoados.
Além disso,se não pudessem chegar naquela mesma noite a Gúbio,não faltariam albergues confortáveis no caminho.
Os companheiros não se renderam aos conselhos salutares e sensatos; mas,decididos a chegar naquela mesma noite a seus lares,responderam que DEUS havia de perdoar-lhes se por aquela vez faltassem à Santa Missa.Assim, no domingo, antes da aurora,sem entrar sequer na igreja,montaram a cavalo e tomaram a estrada para sua terra.
Em breve chegaram à torrente de Corfuone,que a chuva torrencial da noite anterior engrossara a ponto de fazer transbordar. A água,em corrente impetuosa, sacudira e deslocara bastante a ponte de madeira.
Os dois negociantes meteram-se por ela com suas alimárias,mas,bem não tinham chegado ao meio, rompeu-se o madeirame à pressão da água e os dois cavaleiros precipitaram-se no rio onde se afogaram, perdendo assim dinheiro, mercadorias e a vida.
Ao fragor desta catástrofe, acorreram os camponeses, e por meio de ganchos e varapaus conseguiram retirar os cadáveres que deixaram estendidos na margem, para que fossem identificados e se lhes pudesse dar sepultura.
O terceiro, entretanto, que se deixara ficar para cumprir o preceito de assistir à Santa Missa, pôs-se a caminho alegre e animado. Ao chga à mesma torrente,viu na margem dois mortos, e por curiosidade se deteve para olhá-los. Reconheceu imediatamente seus dois amigos e ouviu emocionado a descrição da tragédia.
Levantou,então,as mãos ao céu, agradecendo a DEUS que tão misericordiosamente o preservara de semelhante desgraça, e abençoou mil vezes, a hora que consagrara à Santa Missa, à qual deveria estar são e salvo.
Ao chegar à sua cidade, comunicou a triste notícia e excitou em todos os corações um vivo desejo de assistir todos os dias à Santa Missa.
Permita-me escrever aqui: maldita avareza, que afasta DEUS de nosso coração, e tira de certo modo a liberdade de pensar no grande negócio da salvação eterna!
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Fonte: As Excelências da Santa Missa,Leonardo de Porto Mauricio.
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