sexta-feira, 3 de junho de 2011

A pobreza evangélica de São Francisco de Assis

Certa vez, no fim do dia, cansados e famintos depois de uma longa jornada, Francisco e seus companheiros chegaram a um local deserto. Era, porém, tão distante de qualquer moradia, que não conseguiram encontrar alimento. De repente apareceu um homem com um pouco de pão e subitamente desapareceu. O assombro deles transformou-se numa firme determinação de depositar ainda maior confiança na Divina Providência. Durante os quinze dias que se seguiram, mudaram-se para um outro local isolado onde não eram visitados por quase ninguém, e só deixavam seu deserto para pedir alimento numa cidade dos arredores. Por pouco que arrecadassem, era com enorme gratidão e com os corações profundamente alegres que comiam. Exultavam não apenas por sua pobreza, mas também por seu isolamento. Decidiram adotar em todos os lugares a pobreza que, naquele local, lhes estava dando tanta consolação espiritual. Todavia acabaram se retirando dali com receio de que, se permanecessem por mais tempo, um sentido de propriedade pudesse surpreender a alegria que até então sentiam na pobreza. Após essa experiência, todos eles se puseram a deliberar com Francisco quanto ao que lhes seria mais conveniente: habitar no meio do povo ou viver na solidão que tinham aprendido a amar. Francisco, que jamais confiou em seu próprio critério, orou longamente antes de se decidir. Não viveria apenas para si mesmo, mas sim para aquele que por todos morreu.
(1 Cel XIV)
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Fonte: Vidas de Francisco, Tomás de Celano (escrito nos anos que se seguiram imediatamente após a morte de São Francisco)

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